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Sinopse: Um ex-casal senta pra discutir os novos rumos de suas vidas, fazendo um balancete de tudo que se passou durante seu relacionamento e como será daqui por diante suas vidas separadas.

Como um estrondo repentino, eis que um raio traz sua sombra à minha janela.
- E aí, tás bem? Não exijo muitos floreios, porque se começa de bem pouco para se terminar no muito. É sempre assim. - Eu como sempre muito bem, você como sempre se sente fora desse corpo de tanta exaustão, mas hoje finalmente, depois de muito tempo, estás bem. - Não se preocupe, não vou soltar nenhum de meus labradores hoje em cima de você. Lembrei-me de você agora, assisti um filme com uma personagem igual a você, e que cometia as mesmas burradas amorosas envolvendo triângulos amorosos, que na minha opinião, de amoroso não tem nada, amor é como duas partes: o EU e o VOCÊ, o que excede ou foi resto ou foi substituição, nada de acréscimo. Fico feliz que estejas agora livre de mim. Claro que sempre bate um ciuminho de ex e é normal, mas as coisas tinham que ser assim. - E normal é memo. Assim como eu de você. - Ontem me pediram em namoro. - E aí? - As luzes se apagaram. Percebi que era um sinal. - Fala sério! - Calma, tudo a seu tempo! Ainda tenho muito que conhecer essa nova personagem de minha novela, que de tão velha na atuação, acabou perdendo o brilho por você. Agora entra em cena e vai conseguir o seu tão esperado papel principal. Tenho muitos planos futuros para ela. Sei que vai se dar bem. - Que seja assim, bem pensado! - E o seu namoro agora engata? - Sei lá, é muito cedo ainda. - Mas comigo foi tão rápido, resolveu ter mais cautela? - Cada um com suas loucuras, cada caso um caso. - Faça bem pensado dessa vez. Percebi que seu novo affair ainda está na adolescência, cara e trejeitos de criança. - É só fachada, tem uma conversa decente, e dança muito bem, dentre outras coisas. - Poupe-me desses detalhes minuciosos. - Pelo menos apagou seu fogo né? - De jeito nenhum, se pudesse me apagaria ali mais e mais vezes. - É fácil e não é ao mesmo tempo.Temos horários diferentes, às vezes não batem, mas sempre dá pra resolver tudo sim. - Comigo você sempre dava um jeito. - Pois é...cada caso... - Eu precisava de uma conversa dessas sabia?! - Digamos que eu te "despachei" porque era o melhor pros 2. - Sim, de certa forma foi bom sim. - Você tem uma forma de pensar diferente da minha em alguns aspectos, e algumas coisas me travavam demais com você. - Sim e assim deve ser, porque senão ficaria sem graça, não só pra nós, mas todo mundo! - Eu sei claro, agora é tudo diferente pra mim. Minha alma gêmea nem bate com os signos do zodíaco, mas dizem por aí que ta uma bagunça por causa de uma nova constelação aí, e que até por tudo em ordem todo mundo se encaixa [rs], to confiando naquilo dos opostos se atraindo. - É, tudo é possível! - E você tinha tantas qualidades pra mim, e ao mesmo tempo poucos defeitos que me ardiam de raiva, mesmo assim continuaremos grandes amigos. Pois o somos e seremos. - Quem sabe um dia também a gente não dê certo com os atuais, e voltemos a nos encontrar com outras cabeças? - A nossa vida é uma caixinha de surpresas! - E como! Mas vamos escrevendo dia a dia essa novela. - E já disse pra ti: não apago nunca jamais nossas lembranças, está tudo lá guardado. - Tenho você como um carma em minha vida, um divisor de águas, ô coisa grudenta! - Você vai ficar nesse grude comigo a vida toda! - Deus me livre! - Sério! As minhas estatísticas comprovam alto índice de recaídas. - Estou muito bem, ta bom? Trair jamais! - Mas me conta, como conheceu esse seu novo affair? - Na verdade bem antes de conhecer você, acho que era algo já preparado para mim, daí começamos a namorar e me afastei. Depois, terminamos pela primeira vez, tive muito apoio na época de minha primeira separação, estava quase pra arrancar os cabelos contigo, por me fazer sofrer e tudo mais. Daí que houve a reaproximação. Logo em seguida voltamos, mas continuei a falar sempre, quanto terminamos definitivamente í me acheguei de vez e já era tarde. Mas sempre respeitei você. - Você cresceu muito não foi? - Odeio quando você fala isso sabia? - Sorte sua que estou muito bom hoje. Eu acho que naquela época, eu estava vivendo meu continho de fadas, muito apaixonado. - Tinha que ser né! Pra mim também! - Quando voltamos você já tinha esgotado quase todas as minhas reservas e não retomamos com o gás q precisava, porque já tinha desgastado. - Por que não era para voltar mesmo, já tinha dado tudo. - Pois é. Não era mesmo. - Mas se não fosse eu ter dado um basta, você tinha mantido isso até hoje. - Não conhecemos as pessoas por acaso ou pela sorte, tudo tem uma programação, não sei que tipo de ligação temos, ainda não sei explicar, talvez com o tempo e as minhas vivências posso descobrir, mas agora não sei te explicar, soa como se você fizesse parte de minha família, vamos ver se descubro! - Bom, pelo menos isso não me afeta mais como antes. Se fosse há uns tempos atrás, largava tudo e te pedia pra voltar. Também acho que o que aconteceu com a gente era um atrativo carnal, mais do que qualquer outra coisa. Não te recrimino, porque também te usei, gostei, gozei e aproveitei. Hoje estou com uma pessoa mais madura que você, que é tudo o que eu sempre quis: um pouco de seu estilo, só que me dá bem mais atenção. Os defeitos que eu odiava em você, são diferentes dos que hoje eu usufruo. - Boa Sorte pra você então. - É...pra você também! - Acho que terminamos por aqui né? - É! Acho que sim.

Sem beijos calientes como outrem, os dois saem de cena e se despedem meio secos.
- Até a próxima então!
- Até!

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