Absurdo!..rs

Pra quem achava 3 poemas um absurdo, dá-lhe 4 rsrsrs. Afinal o que é absurdo? Se até na matemática onde tudo é exato tem soluções que partem do absurdo, quem dirá de nossa vida abstrata.

Folha


Essa página rasgada
que o vento sopra para fora da calçada
e que insiste em voltar
traz camufladas nas entrelinhas
mágoas dobradas, que não são minhas,
juras falidas, empenhadas em ficar.

É preciso que esse autor desavisado
procure pouso em lugar mais adequado
e deixe meu cenário repousar.
Onde havia pedras no caminho,
plantei a flor, reguei, podei o espinho,
o adverso pus na sombra e fiz murchar,

Hoje é farto de luz meu céu aberto;
hoje é larga essa paz que anda por perto;
a rosa é linda, eu a quero desfrutar.
Do tempo que ruiu não sobrou nada,
não há espaço para página rasgada,
E um poema fez-se azul no sol do mar.

Flora Figueiredo

Flutuações


O sonho aprendeu a pairar bem alto,
lá onde o sobressalto nem sequer nasceu.
Namorou a trôpega ilusão,
até que trêfego e desajeitado,
desprendeu-se de seu reino idealizado,
veio pousar tamborilante em minha mão.
Assim, aquecido e aconchegado,
parece que se esqueceu de ir embora.
Na hora em que ressona distraído,
eu lhe pingo malemolências ao ouvido,
à sua inquietação eu me sujeito.
Eis que o sonho dorme agora aqui comigo,
seu corpo repousa no meu peito.



Estou perdidamente emaranhado
em seus fios de delícias e doçuras.
Já não encontro o começo da meada,
não sei nem mesmo
se há uma ponta de saída,
ou se a loucura
vai num ritmo crescente
até subjugar a minha vida.
Não importa.
Quero seus nós de seda
cada vez mais cegos e apertados
a me costurar nas malhas e nos pêlos.
Enquanto você me amarra,
permanece atado
na própria trama redonda do novelo

Enlevo

Eu olho você grande e distante
e da sua grandeza me comovo
e da sua distância me revolto.
Olho de novo.
Procuro reter em minhas mãos sua figura
mas ela gesticula, oscila e cresce
e numa inconstância distraída
no instante exato
por trás da vida desaparece.
Um desacato.
Do meu desaponto eu me levanto
pra levar embora outro desencanto
mas você me divisa e então me chama.
Me aguarda, reclama e me convida
e minha vida nessa ansiedade por fim entrego.
E nesse amor feito de espuma colorida
nós flutuamos: você borbulha, eu escorrego,
ensaboados, você explode, eu me desintegro.


O que eu vou fazer com vc heim? Minha perdição!!!!

Aguarde o tempo, e ele será nosso maior aliado.!

Obrigado a meus leitores pela apreciação!

3 comentários:

Pan disse...

Isso aqui tá com cara de:

"Meu caderno de Poesia".


bjo.

Unknown disse...

3ra temporada de meu blog.
Movido a essa paixão!..heheh

Unknown disse...

Nunca foi!!!Nem será!!